segunda-feira, 15 de outubro de 2012

sábado, 25 de agosto de 2012

vontade...


Vontade de saber mais daquilo que sei
Vontade de amar mais do que amo
Vontade de ser mais do que penso que sou
Vontade de sentir mais do que sinto
Vontade de viver mais do pouco que já vivi
Vontade...
Vontade de não ter Vontade


Patrícia Ribeiro
25/08/12

terça-feira, 31 de julho de 2012

entender...


"... queria entender o bastante para pelo menos ter mais consciência daquilo que ela não entendia. Embora no fundo não quisesse compreender. Sabia que aquilo era impossível e todas as vezes que pensara que se compreendera era por ter compreendido errado. Compreender era sempre um erro — preferia a largueza tão ampla e livre e sem erros que era não-entender"

Clarice Lispector

ao meu pequeno Cael...

ele vem vindo
um guerreiro menino
um doce encanto que chuta
e que traz alegria

traz contigo essa luz
essa linda paz
essa magia
e transforma tudo mais em fantasia

vem meu pequeno Cael
meu menino lindo...
vem meu grande
e verdadeiro amor

vem sem medo, meu denguinho
que aqui só tem carinho,
chamegos
e muitos cheirinhos

chega sorrindo, meu anjo
chega sentindo nosso calor
chega sonhando com o mundo
e cantando por mais amor


Patrícia Ribeiro
30/07/12

Espia!


Tenho o amor aqui dentro de mim,
ele emana por meu olhar
e se espalha com meu perfume.
Espia! Ele ainda esta aqui...
mas agora também está em todo lugar.


Patrícia Ribeiro
31/07/12

sábado, 16 de junho de 2012

Paris, Dezembro/2005

Untitled by Pati_Ribeiro
Untitled, a photo by Pati_Ribeiro on Flickr.
Agente sempre acredita que os momentos de sofrimentos mais intensos que vivemos, não poderiam ser superados. Grande engano!
Quando menos esperamos, independente do tempo que possa passar, do local onde possamos estar e das pessoas que possam ser envolvidas no momento... revivemos os mesmos (ou semelhantes) sentimentos fortes, com muita dor, tristeza e que são, como outros, inigualáveis... daí percebemos que o sofrimento que sentimos no passado pode de fato ser superado. As cicatrizes só anestesiam a parte do coração afetada, mas ainda existe uma grande parte dele com sensibilidade a falsidade, a desilusão, a dor e a solidão...

"Mas alguma coisa tinha morrido em mim. E, como nas histórias que eu havia lido sobre fadas que encantavam e desencantavam pessoas, eu fora desencantada…" Clarice Lispector.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

ilusão

Estava pensando
e se...
o tempo pudesse nos ajudar a esquecer
e se...
a vida fosse mais simples do que imagino
e se...
o amor realmente existisse
e se...
as pessoas soubessem cuidar
e se...
eu acreditasse em tudo isso!


Patrícia Ribeiro
13.06.12

sexta-feira, 8 de junho de 2012

O amor...

Camboinha 3 - Cabedelo-PB
O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.

O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.

O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.

O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.

O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.

O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.

O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.

O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.


(João Cabral de Melo Neto)

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Futuro

Estamos sempre pensando em termos do futuro. Pare de pensar no futuro: essa é uma forma de prolongar a vida da mente, de alimentá-la. O futuro é o alimento da mente.
A partir do momento em que você se decidir pelo presente, a mente terá começado a morrer. É o início do fim, o fim da mente.
E o fim dela é o início de sua existência real, de sua vida real.

OSHO