sexta-feira, 15 de junho de 2007

"Sentimentos Libélulos"

Quanto mais penso, mais triste me sinto... mas solitária pareço ser... e no descontrole de meus pensamentos surgem questões que sei... nunca serão respondidas... ou até podem ser por mim mesma, mas minha personalidade aquariana ainda me impulsiona a mais uma vez questionar-me se esta é realmente a resposta... e nesse sentido permaneço num círculo vicioso e infinito que minha mente me aprisiona.

A vida de muitas pessoas estão nesse momento passando por tortuosas e significantes mutações... a minha vida mesmo, não deixa de ser diferente, vida de Libélula... procurando um contexto, um sentido para continuar nessa forma atual, que as vezes me parece estar sendo insignificante... desconfortante talvez!

Questões, surgem a todo momento... nossa situação no planeta piora a cada milésimo de segundo, não vejo solução, tento descontroladamente enxergar o mínimo de esperança para nosso futuro e para o futuro de meus filhos, ou dos filhos de meus amigos... mas me descontrolo numa total decepção pela raça humana, que ainda prefiro chamar de "espécie"... seres únicos no planeta a destruírem seu habitat natural... como poderíamos chamar essa espécie? ..."Racional"???

Nesse conflito pessoal, buscamos respostas místicas como uma forma de amenizar nossa angústia, mas essas respostas algumas vezes não fazem muito sentido pra mim... e quando fazem, por algum motivo qualquer ainda duvido que possa ser...

A religião, os segmentos espirituais, os "líderes religiosos", os cultismos... me parecem tão frágeis... ou será minha insegurança que os tornam assim? Na realidade, a buscar por essas respostas e outras tantas, surgem dentro de nós mesmos, e por quê então tentamos encontrá-las fora? Por quê precisamos que alguém nos diga que isso é certo ou errado??? isso não seria um decisão pessoal, concedida por um tal livre arbítrio??? "O bem e o mal", "o certo e o errado", "o bom e o ruim", "o positivo e o negativo"... escolhemos desde quando encontramos com nossa consciência... quais desses caminhos seguiremos no decorrer de nossas vidas? mas ainda assim somos ensinados, ou quem sabe mesmo manipulados, a seguir um determinado cominho pré-definido, orientado por uma cultura, uma sociedade que se diz muitas vezes "justa", e que na realidade é opressora, preconceituosa e ingrata (sem falar nos demais "qualidades"...).

Que sentido de justiça temos? A justiça que diz que isso é certo e aquilo é errado? A mesma justiça que nos decepciona deixando livre "homens de colarinhos brancos"; "Políticos"; "Magistrados"; etc e tal... que são corrompidos pela ganância do poder capitalista, (isso sem contar as demais características de seus carácteres um tanto duvidosos); esta mesma justiça que ao mesmo tempo que os liberta de qualquer crime, com o pagamento de míseras fianças (quem sabe até restituindo uma mínina parte do dinheiro público roubado!); essa mesma justiça condena e aprisiona um homem simples, humilde, excluído da sociedade por suas dificuldades financeiras e sua falta de estudos; que "rouba" uma galinha, ou cata algumas "cédulas de papel" que talvez por um "milagre divino" tenha caído dos céus, enfim... para tentar, simplesmente, matar um pouco da fome de sua família, vítima desses mesmos "homens de colarinhos brancos", vítimas dessa mesma sociedade, vítimas de seus "destinos", vítimas desse sistema que proporciona a riqueza e o bem estar a poucos e a miséria e o sofrimento a grande maioria. Podemos falar ainda em "Justiça"???

Por quê deveria acreditar nisso? Por quê deveria fazer parte disso? Por quê deveria me conformar com isso? Não me sinto errada em pensar dessa forma... só me sinto um tanto incomodada, ou melhor, inconformada em acreditar que faço parte de uma pequena exceção que acredita, que o nosso modo de viver poderia e deveria ser diferente! Alguns podem me chamar de "radical", "comunista", "sonhadora", "feminista" e o que mais tiver a ver com essa história, porém prefiro ser considerada como uma pessoa consciente, com uma personalidade formada independente de qualquer coisa, e em constante mutação pessoal.

O planeta sofre com nossas ações inconsequentes, a natureza clama por ajuda, a vida suplica misericórdia... e ainda assim existem seres que se dizem sensíveis às "causa humanitárias"; mas que "causas humanitárias" seriam essas então? Àquelas que consideramos insignificantes para nós e/ou para nosso conforto e que utilizamos como um escape do peso de uma "conscience bénévole"? as causas de sentimentos de compaixão e piedade que nos fazem algumas raras vezes doar uma moedinhas para um mendigo ou um pedinte na rua? Como talvez uma atitude de religiosidade?

Toda essa situação atual me enoja... me sinto mal por sabe que minha raça é tão mesquinha, tão egoísta, tão ambiciosa... muitas vezes chego a acreditar que não posso fazer parte desse tempo, talvez minha "inconsciência" antepassada me influa a pensar que esse não é meu tempo, ou que essa não sou exatamente eu... e me retorno ao ponto inicial... sensação de Libélula... e todos os conflitos pessoais permanecem incessantemente em meus pensamentos e na angústia de meu coração.

Patrícia Ribeiro

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