quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Contra a Crise Reforma Agrária já!

A Marcha Estadual da Via Campesina "Contra a Crise Reforma Agrária já!" iniciou no dia 14 de agosto saindo de Campina Grande com uma média de 300 marchantes, passamos por 18 cidades do estado da Paraíba, protestando e dialogando com a população em debates, seminários, assembléias populares, rodada de diálogos em rádios comunitárias, escolas, universidades e sindicatos sobre a crise e suas conseqüências para os/as trabalhadores/as do campo e da cidade.

Compreendemos que é nesses momentos de profunda crise do sistema capitalista que devemos ousar e colocar o nosso sacrifício como instrumento de luta para a defesa da nação e do povo.

Marchamos, ouvindo e debatendo com o Povo sobre problemas que são comuns aos trabalhadores do campo e da cidade. Afirmamos durante todos esses momentos que não somos nós os responsáveis pela crise do sistema capitalista e, por isso, não somos nós que devemos pagar por ela. Também não aceitamos as saídas apresentadas pelos latifundiários, grandes empresários, governantes e pela grande mídia. Defendemos a necessidade de construção do "Projeto Popular para o Brasil". Nele propormos formas de organização e alternativas para enfrentarmos as elites que controlam este país.

Como conseqüências desta crise o governo anuncia o corte de 62% no orçamento do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), recurso destinado a desapropriação e assentamento de mais de 3.500 famílias acampadas em toda a Paraíba, que só encontram esperança de se concretizar com muita luta dos trabalhadores/as do campo e com o apoio das trabalhadoras e dos trabalhadores da cidade. Segundo dados oficiais, na Paraíba, mais de 50% das famílias vivem exclusivamente de medidas compensatórias do governo como é o caso do Programa Bolsa Família ou da distribuição de cestas básicas.

Da mesma forma denunciamos a construção da Barragem de Acauã que atingiu mais de 4,5 mil pessoas e sofrem o descaso do Estado. Elas foram transferidas para conjuntos habitacionais isolados, situados em áreas desérticas, e desprovidos das mais elementares condições de vida, onde faltam serviços públicos e, principalmente, meios para os/as moradores/as retornarem suas atividades produtivas e de subsistência.

Participam desta marcha movimentos sociais do campo e da cidade, como: MST - Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, MAB - Movimento dos Atingidos por Barragem, Via Campesina, MMC - Movimento das Mulheres Camponesas, Assembléia Popular, MTD - Movimentos dos Trabalhadores Desempregados e MPA - Movimento dos Pequenos Produtores.

Chegamos dia 1º de Setembro e estamos acampados no Parque Solon de Lucena, na Lagoa onde partiremos amanhã para participar do Grito dos/as Excluídos/as que tem como tema deste ano: "Vida em Primeiro Lugar - A Força da Transformação está na Organização Popular".

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