terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Soluçando Sangue

Que o vermelho do sangue das mulheres assassinadas
manche!
paredes, escadas e janelas
mudas, cegas e surdas

Que o vermelho derramado
ganhe vida
força e faça se reconhecer
por todas nós...

Vejamos o reflexo das guerreiras lutadoras,

com seus braços erguidos,

com seu riso escancarado
neste vermelho que escorre pela parede

Todo suor que escorrem dos rostos sofridos pelo tempo,

cansados por toda exploração

agora, já nem são percebidos

são confundidos com o brilho do olhar que transborda alegria


Gritos de felicidade ecoam entre as paredes do palácio...
Respiramos profundamente o ar de leveza e alívio
que a bailarina de cabelos brancos espalha no asfalto quente...
Espiam-nos, apontam-nos, registram-nos... e nós? simplesmente sorrimos.

Sorrimos por desabafar a ira que nos sufocava
Aquela mesma ira que sufocou muitas de nós
tirou seu sorriso,
nos fez chorar

Até quando seremos vítimas?
Quem sabe?
Agora, talvez, falte menos tempo
que ontem...



Libélula
01/12/2009 (20:44)

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