Campanha em combate as consequências do REUNI e em defesa da Universidade pública, gratuita e de qualidade
ESTUDANTES,
No ano de 2007, foi decretado pelo governo federal o REUNI (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) que prevê, até 2012, o aumento do número de vagas nas universidades em mais de 100%, mas sem o aumento proporcional do número de servidores (docentes e técnicos).
As consequências desse decreto são visíveis na universidade: falta de professores e de técnicos para operar laboratórios e equipamentos; problemas na estrutura – alguns cursos não têm sequer sala de aula em bloco próprio; política de Assistência Estudantil ineficiente, já que diariamente passamos horas na fila do Restaurante Universitário (RU), não há vagas suficientes na Casa do Estudante Universitário (CEU) e são poucas as bolsas de permanência diante da demanda; reforma acadêmica com mudanças nas grades curriculares, cujas modificações atendem ao déficit de professores ocasionado pela elevação do número de alunos; e outras.
Tendo em vista as metas do Reuni, como podemos ter qualidade de ensino, se os professores e técnicos não terão como se dedicar ao que fazem? Como os docentes conseguirão acompanhar e corrigir as provas de 80, 100 alunos, orientar formandos e ainda produzir conhecimento por meio de pesquisas? Além disso, a previsão de recursos destinados à Assistência Estudantil, ou seja, manutenção da CEU, do RU e bolsas de permanência são insuficientes para os estudantes que entram na universidade.
Há, ainda, outras ações claramente ofensivas a comunidade acadêmica. Foi aprovada pelo Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) – que já aprovou o “novo Enem” como única forma de ingresso na UFMT via ad referendum – a Resolução 197/2009, a qual tem como um dos objetivo diminuir a carga horária docente para pesquisa e extensão e obrigá-lo a assumir mais disciplinas, o que implicará numa redução significativa da produção de conhecimento, comprometendo a qualidade do nosso ensino. Nesse caso, a preocupação central é atender ao Reuni, se lembrarmos quais são as suas metas de ampliação de vagas sem proporcional ampliação de investimentos e contratação de servidores.
Outra questão não menos importante é que nos últimos dias a administração superior realizou o Seminário de Segurança, no qual apresentou um novo projeto que pretende “isolar” a UFMT, proibindo a circulação de ônibus e exigindo identificação de todos que entrarem no campus. Indício claro de que a noção de espaço público está distorcida para os nossos representantes, bem como a de representação, visto que o que fazem não é representar a vontade da maioria, e sim atender interesses particulares ou de pequenos grupos. Contudo, em reação a esses ataques, os estudantes estão se organizando para combater as medidas políticas aprovadas pela administração superior, sem discussão com a comunidade acadêmica.
O Movimento Estudantil tentou dialogar e protocolou diversos ofícios pedindo que estes problemas fossem efetivamente resolvidos. Diante de tantas negativas, nós, estudantes, resolvemos nos mobilizar para que nossas reivindicações sejam, de fato, atendidas.
Muito já se discutiu a esse respeito em reuniões, assembléias e nos CEB’s (Conselho de Entidade de Base), realizados pelo DCE. Outros cursos, que apresentam os mesmos problemas, também sinalizam paralisação ou outros tipos de manifestações em repúdio ao sucateamento da universidade.
Por isso, convocamos todos os estudantes a participarem da GREVE ESTUDANTIL que terá início dia 12 de abril no ICHS (Instituto de Ciências Humanas e Sociais). Nesta data, às 20h30, faremos uma reunião ampliada no ICHS.
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