
MOVIMENTOS SOCIAIS Manifestantes tentaram participar do desfile do 7 de Setembro, houve tumulto e três acabaram detidos pela Polícia Militar
Bate-boca, atritos e detenções foram o saldo da XIII edição do Grito dos Excluídos na Paraíba. A mobilização, que ocorre em âmbito nacional, pretendia incluir seus participantes no desfile oficial de 7 de Setembro em João Pessoa, mas foi barrada pelo Batalhão do Choque da Polícia Militar. Três pessoas foram detidas, mas liberadas logo em seguida após a intervenção da organização do movimento.
"Fomos recebidos de forma violenta pelo Batalhão de Chodesde o momento de nossa concentração em frente ao Lyceu Paraibano. Quando chegamos ao pavilhão principal, militantes do movimento social foram detidos apenas porque estavam com megafones proferindo palavras de ordem, mas a organização do conseguiu intermediar a situação e liberou as pessoas", declarou Ildevânio Macedo, presidente do PT em João Pessoa e um dos coordenadores do Grito.
A mobilização contou com a presença de integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST), organizações sindicais, representantes do movimento social da Paraíba, entre organizações não governamentais (ONG's), pastorais da igreja católica e estudantes. A ação teve como tema este ano "Isso não vale, queremos participar do destino da nação", aludindo a mobilização para um plebiscito pedindo o cancelamento do leilão da Vale do Rio Doce, vendida para a iniciativa privada em 1997.
"Pedimos oficialmente ao Gabinete Militar a autorização para participarmos do desfile, mas não obtivemos nenhuma resposta. Ano passado fizemos a mesma coisa, mas a permissão nos foi negada", afirmou Dorival Fernandes, coordenador do Grito dos Excluídos e da parte social da Arquidiocese da Paraíba. "Tudo que nós pretendemos com o evento é fazer com que a população possa acolher o Grito dos Excluídos como uma manifestação democrática, fazendo uma alusão ao 7 de Setembro, lembrando que o país não é tão independente assim", enfatizou Dorival.
A manifestação saiu da Lagoa, e se concentrou próximo ao Lyceu Paraibano, onde foi barrada pela PM. Após a passagem do desfile naquele ponto, a polícia liberou o acesso da marcha, que acabou em atrito em frente ao palanque do desfile na avenida Duarte da Silveira.
O grito dos excluídos é uma das maiores manifestações populares do país e reúne movimentos e organizações sociais de diversos setores. Realizado na maioria das cidades brasileiras, sempre no dia 7 de setembro - data em que se celebra a independência do Brasil. Com o avanço das articulações, a manifestação foi tomando uma abrangência maior, consolidando assim, o grito dos excluídos continental, que é realizado no dia 12 de outubro em vários países, sobretudo, da América Latina.
Com o lema "isto não vale - queremos participação no destino da nação", este ano o movimento será dedicado à campanha em favor da anulação do leilão da companhia vale do rio doce, realizado em 1997, durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.
O tema do 130º Grito dos Excluídos refere-se à campanha que vem sendo realizada por cerca de 60 Organizações Sociais de todo o país na tentativa de esclarecer a população sobre o que os organizadores da campanha chamam de “Fraude Histórica”. Segundo eles, o leilão da Vale ocorreu sob processo de irregularidades e corrupção, além de ter sido vendida por um valor sensivelmente baixo.
O grito dos excluídos é uma grande manifestação popular para denunciar todas as situações de exclusão e assinalar as possíveis saídas e alternativas. antes de tudo, é uma dor secular e sufocada que se levanta do chão, dor que se transforma em protesto, cria asas e se lança no ar.
Postado por AMAZONA - Comunicação Institucional

Polícia cerca protesto dos excluídos
Cerca de 1,5 mil pessoas participaram ontem, no Centro de João Pessoa, do 13º Grito dos Excluídos. Com faixas e cartazes, o movimento se reuniu no anel interno do Parque Solon de Lucena de onde seguiu com destino ao Liceu Paraibano. Policiais civis e a tropa de Choque barraram os manifestantes que tentaram acompanhar o desfile de 7 de setembro. Hinos e músicas foram cantados em sinal de protesto à barreira, mas não houve conflito físico. Este ano, o movimento teve como lema “Isso não Vale – Queremos participação no destino da Nação”.
Segundo Gleidson Ricardo Andrade de Melo, um dos organizadores do Grito dos Excluídos, a iniciativa apresenta um outro lado da data que marca a Independência do Brasil. Para ele, é necessário que a população assuma os rumos da nação. “Isso não vale, faz referência a um plebiscito que reivindica que a Companha Vale do Rio Doce volte ao Estado”, explica. Ele informou ainda que o movimento contesta os transgênicos, o uso do etanol e a transposição do Rio São Francisco. “O projeto como está hoje, privilegia apenas as unidades de irrigação e não leva a água ao povo. Isso precisa se revista e o Rio São Francisco revitalizado”, disse o coordenador.
O grupo saiu às 10h00 do anel da Lagoa em marcha até a frente do edifício Santa Rita, onde ficaram concentrados após serem barrados por policiais.
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