segunda-feira, 24 de março de 2008

Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

[Vinicius de Moraes]


>>> Se em todo amor disperso pelo mundo houvesse a chama de um amor puro e sincero, como aquele que senti (e sinto), a angústia que comprime meu coração nesse momento seria sufocada pela alegria que um banho de chuva em uma noite quente pode proporcionar. (P. Ribeiro)

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