O estudo é de responsabilidade da doutora Irina Ermakova, pesquisadora do Instituto de Neurofisiologia da Academia de Ciências da Rússia e com esses dados anunciou que a que a morte de crias de mães alimentadas com transgênico é em média seis vezes mais alta que outras ratas que receberam alimentação normal.
Os dados foram publicados pelo jornal britânico The Independent. No estudo, foi dada farinha de soja transgênica resistente ao herbicida glifosato (conhecido como soja RR da empresa Monsanto) a um grupo de mães; a outro, farinha de soja não modificada; e a um terceiro grupo não foi dado soja. Como resultado, as crias do grupo alimentado com transgênicos tinham peso 36% inferior ao normal, enquanto os outros dois grupos tinham 6% inferior.
O estudo concluiu ainda que 55,6% das crias do grupo alimentado com soja transgênica morreram nas primeiras três semanas. As crias de mães alimentadas com soja normal tiveram mortalidade de 9% e o que não recebeu teve apenas 6,8 das crias mortas.
Segundo a pesquisadora, em entrevista ao jornal britânico, "a morfologia e a estrutura bioquímica das ratas é similar à dos humanos, o que faz com que esses resultados sejam muitos alarmantes... Indicam que poderiam existir riscos para as mães e seus bebês".
O mesmo jornal publicou também um informe secreto da maior empresa de transgênicos do mundo, Monsanto, que mostrava que ratas alimentadas com milho transgênico dessa companhia haviam sofrido mudanças em seus órgãos internos.
Com informações de Silvia Ribeiro, pesquisadora do Grupo ETC.
Arcor diz não aos transgênicos e entra para lista verde do Guia do Consumidor
26 de Fevereiro de 2008

O Guia do Consumidor do Greenpeace lista as empresas e marcas livres de transgênicos e aquelas que podem trazer em sua composição organismos geneticamente modificados.
São Paulo (SP), Brasil — Empresa de guloseimas, biscoitos e chocolates se junta a quem oferece produtos livres de organismos geneticamente modificados a seus consumidores.
O grupo Arcor, um dos líderes do mercado brasileiro de guloseimas, biscoitos, chocolates e alimentos, saiu esta semana da lista vermelha do Guia do Consumidor do Greenpeace, que relaciona empresas e marcas que podem fazer uso de matéria-prima transgênica em seus produtos. Ao todo, 12 marcas do grupo passaram da lista vermelha para a verde, juntando-se a outras 200 marcas livres de transgênicos que são vendidas no Brasil. Com a Arcor, agora são 110 empresas na lista verde do Guia do Consumidor.
A documentação necessária para comprovar que seus produtos não são fabricados com matéria-prima geneticamente modificada foi apresentada pelo grupo Arcor na semana passada.
“Parabenizamos a empresa por não usar transgênicos em seus produtos e também pela acertada decisão de deixar isso transparente”, afirmou Gabriela Vuolo, coordenadora da campanha de Engenharia Genética do Greenpeace Brasil. “A decisão da Arcor mostra sua preocupação com o meio ambiente e também com o desejo de consumidor brasileiro.”
O Guia do Consumidor foi instituído pelo Greenpeace em 2002 e desde então tem ajudado os consumidores brasileiros a se informarem sobre a real composição dos produtos vendidos no país. A lista ganha especial importância por conta do desrespeito das empresas à Lei de Rotulagem, que vigora no Brasil desde 2004. Desde então, apenas duas empresas – Cargill e Bunge – rotularam alguns produtos, e mesmo assim sob pressão de uma decisão judicial.
O Ministério Público de São Paulo, baseado em denúncia feita pelo Greenpeace em 2005, entrou no ano passado com ação civil pública na Justiça Federal exigindo que as duas empresas rotulassem os óleos de soja Liza e Soya, ambos produzidos com soja transgênica.
De acordo com a Lei de Rotulagem, todos os produtos fabricados com mais de 1% de matéria-prima geneticamente modificadas devem trazer essa informação no rótulo, por meio de um símbolo (um triângulo amarelo com um T no meio).
“As empresas têm desrespeitado o direito dos brasileiros de serem informados sobre o que estão comprando, tirando assim o seu direito de escolha. Isso está garantido pelo Código de Defesa do Consumidor e precisa ser respeitado”, afirma Vuolo.
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