segunda-feira, 9 de novembro de 2009

II EIV - Estágio Interdisciplinar de Vivência

CARTA CONVITE

II EIV (Estágio Interdisciplinar de Vivência) – Sergipe em Áreas de Reforma Agrária

10 a 30 de janeiro de 2010

Olá estudantes!

Informamos que as inscrições para o 2º Estágio Interdisciplinar de Vivência de Sergipe em Áreas de Reforma Agrária estarão abertas entre os dias 6 de novembro e 6 de dezembro.

O EIV é uma proposta de formação política, a partir das contradições entre diferentes realidades, como campo x cidade, potencializando nosso processo de consciência a fim de refletir sobre práticas enquanto indivíduos e estudantes universitários (nossa atual condição) e fortalecer o movimento estudantil, tendo como base a união de diversas áreas do conhecimento e o aprofundamento teórico. Esta ferramenta é construída pelo movimento estudantil e movimentos sociais populares em diversos estados do Brasil, com a proposta de um exercício de formação e vivência nas comunidades de movimentos sociais.

O 2º EIV – Sergipe – 2010 acontecerá entre os dias 10 de janeiro e 30 janeiro de 2010, sendo estruturados em 03 etapas:


1º Preparação: Nesta primeira fase (8 dias), os estagiários e estagiárias, participaram de espaços de formação, estudando temas como: Funcionamento da sociedade, opressões, questão agrária, universidade, educação; afim de explorar as contradições da nossa atual sociedade, e principalmente ligado a experiências que serão realizadas na Vivência.


2º Vivência: Após a preparação, os estagiários são enviados para as áreas do movimento social do campo (MST), de diversas localidades do estado, desde o agreste ao sertão sergipano, vivenciando a realidade das famílias e da organização dos movimentos sociais.


3º Avaliação: Os estagiários voltam das áreas para compartilharmos as experiências vivenciadas, avaliando-as, e acontecendo também espaço de formação e reflexões sobre a importância da organização. É um momento importante para focarmos na organização estudantil.


Para fazer sua inscrição, preencha a ficha de inscrição anexa ou no blog do EIV e envie para eivsergipe@gmail.com até o dia 6 de dezembro. No dia 10 de dezembro divulgaremos a primeira lista dos selecionados para o EIV Sergipe.


Mais informações: http://www.eiv-sergipe.blogspot.com/


“Tenho que dizer que se pinte de negro, que se pinte de mulato, não só entre os alunos, mas também entre professores; que se pinte de operário e camponês, que se pinte de povo, porque a Universidade não é patrimônio de ninguém e pertence ao POVO”
Che Guevara

TEMPOS EDUCATIVOS

5:45

Alvorada

6h -6:30h

Tempo Pessoal

6:30 – 7h

Café de classe

7-7:30

Reunião NB´s

7:30 – 8h

Tempo Leitura

8 – 8:20h

Formatura

8:20 – 12h

Tempo Aula

12 – 13h

Almoço

13- 13:30h

Tempo trabalho

13:30-14:20h

Tempo cochilo

14:20– 18h

Tempo Aula

18– 18:30h

Tempo Pessoal

18:30– 19h

Jantar

19h- 19:30

Tempo Cochicho

19:30- 21h

Reunião NB’s

21h – 22h

Reunião de Coordenadores

22h...

Reunião CPP

23h....

Silêncio

Nos dias que haverá Tempo Aula à noite...

19:30

Tempo Aula

21:30h

Reunião NB’s

22:15.

Reunião de Coordenadores

23h e além...

Reunião CPP / silêncio













APRESENTAÇÃO

O presente projeto surgiu da análise das experiências implementadas pela Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil – FEAB, sendo a primeira no final de 1988 e janeiro de 1989, em Dourados (MS), em conjunto com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), agregando, naquele momento, estudantes de agronomia da Superintendência Regional IV da Federação (região Centro-Oeste). Após avaliações e debates, concretizou-se finalmente, em janeiro de 1992, o primeiro projeto em âmbito nacional, realizado em assentamentos rurais dos Estados de Santa Catarina e Paraná, sob coordenação do Núcleo de Trabalho Permanente sobre Movimentos Sociais (NTP/MS) da FEAB. A partir dessa experiência, evidenciou-se a necessidade de que o estágio assumisse um caráter interdisciplinar.

Desde estão, os Estágios de Vivência se multiplicaram por todo o país. Assumiram caráter local ou regional, e em sua maioria, interdisciplinar. Sua construção passa a extrapolar a FEAB atingindo outras Executivas e Federações de Curso, Diretórios Centrais dos Estudantes e Centros e Diretórios Acadêmicos. Teve sua importância reconhecida em várias universidades, chegando a ser institucionalizado em algumas, como é o caso da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde o Estágio de Vivência constitui uma disciplina dentro do currículo de Agronomia.

Muitos grupos de Extensão se formaram a partir da experiência dos Estágios de Vivência, desenvolvendo trabalhos de longo prazo em conjunto com os Assentamentos e Comunidades Rurais. Cabe ainda lembrar, finalmente, que a proposta do Estágio de Vivência da FEAB foi premiada pela UNESCO em 1992, como iniciativa de destaque da juventude Latino-americana.

No ano de 2003, a Executiva Nacional de Veterinária (ENEV) em conjunto com a FEAB, encaminharam ao INCRA um Plano Nacional de Formação (PNF), cujo objetivo é de fortalecer a base do Movimento Estudantil e formar uma geração de intelectuais e profissionais comprometidos com a defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade, com a luta pela reforma agrária e conseqüentemente com a transformação da estrutura fundiária e social brasileira. Para isso, O PNF visa promover seminários de formação política, seminários sobre reforma agrária e os EIV’s.

A partir do ano de 1996, inicia-se a organização dos estágios no Estado de Minas Gerais, quando a FEAB através de sua superintendência regional III, juntamente com grupos estudantis da UFLA, UFRRJ, UFV e UFES, organizam o 1º Estágio de Vivência em parceria com Pequenos Produtores e com o MST do Estado do Espírito Santo, neste momento, ainda restritos a estudantes de Agronomia. Como proposta final deste estágio, decidiu-se que cada Universidade deveria realizar seu estágio específico e interdisciplinar.

Em meados de 2003, também em Minas Gerais, inicia então as discussões sobre a realização de um Estágio de Vivência Estadual, que unificasse as experiências das Universidades de Viçosa e Lavras e que fosse capaz de envolver mais universidades nesse processo, apropriando uma metodologia pedagógica dos Movimentos de Luta pela Terra e ousando em dois outros aspectos: a massividade e o internacionalismo. Pelo sucesso dessa iniciativa, no ano de 2005, a experiência teve continuidade com a inserção de outras entidades estudantis no processo de construção. Novas parcerias foram estabelecidas. O estágio contou com a participação de 127 estudantes, entre estagiários e coordenadores, tendo 27 universidades representadas, tanto a nível estadual, como a nível nacional e contando com a participação de estudantes de 36 cursos diferentes. Além disso, 22 estudantes estrangeiros oriundos de 8 países (Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, México, Peru, Uruguai e Venezuela).

Dessa forma, podemos dizer que em muitas Universidades o movimento estudantil contribuiu significativamente para a inserção do debate da questão agrária brasileira se comprometendo com a reforma agrária, com a luta pela mudança das estruturas universitárias e se engajando na luta por uma sociedade justa e realmente democrática.

A nossa proposta é construir um espaço de capacitação que possua um caráter de mútuo intercâmbio político e profissional entre a Universidade, órgãos públicos, as famílias assentadas e os Movimentos Sociais de Luta pela Terra que contribua para o avanço na construção de um novo modelo de sociedade. Trata-se de um importante instrumento pedagógico auxiliar da formação profissional e propulsor da tomada de consciência do estudante sobre a diversidade e a complexidade das condições sociais de vida e trabalho vigentes na sociedade, sobretudo, as do meio rural, além do fato de representar para as famílias assentadas e acampadas um espaço de interação, de formação, de elevação significativa da auto-estima, de reflexão, sobretudo do perfil do futuro profissional que irá desenvolver atividades futuras naquela área. O EIV propicia ao estudante universitário o contato com a realidade social dos atores contemporâneos excluídos do processo de produção, no intuito de romper com a divisão entre teoria e prática consagrada nos bancos universitários.

Esta experiência se pauta por três princípios fundamentais: a parceria, que se dá na relação do Movimento Estudantil e os Movimentos Sociais de Luta pela Terra, especialmente o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra; a interdisciplinaridade, que propicia o diálogo entre as diferentes áreas do conhecimento, abrindo espaço para outros pontos de vista sobre determinados temas e problemáticas, além de exercitar a discussão e a reflexão coletiva; e a não intervenção, pois garante ao estudante dedicar-se apenas ao conhecimento da realidade dos agricultores para compreendê-la e, ao mesmo tempo, oferecer elementos para problematizar sua formação profissional e dimensionar ações futuras de interação e contribuição profissional.

GRADE DO EIV

Grade do EIV (manhã, tarde e noite)

Preparação: de 10 a 17/01

Domingo 10/01

- chegada dos estagiários

-Abertura

Segunda 11/01

- Método e Divisão das NB´s

- Opressões

- Método no NB: Gestão Democrática

Terça 12/01

- Como funciona a sociedade

-Método no NB: Trabalho

Quarta 13/01

-Histórico de Luta Pela Terra

- Capitalismo no Campo

- Método no NB: Coletividade

Quinta 14/01

-Educação

-Universidade

-Método no NB: Mística e Valores

Sexta 15/01

- Criminalização dos Movimentos sociais e populares

- Mídia e Poder e América Latina

-Cultural

Sábado 16/01

-Cultura

-Meio Ambiente

- Conhecimento Popular e Não-intervenção

Domingo 17/01

- Caracterização das Áreas e Envio para Áreas

Vivências: de 17 a 26/ 01



Avaliação: de 27 a 30/ 01



Quarta 27/01

- Retorno das Áreas

-Fogueira



Quinta 28/01

- Troca de experiências

-Conjuntura dos Movimentos

- Juventude



Sexta 29/01

- Processo de Formação de consciência

- Formas de organização da classe trabalhadora



Sábado 30/01

-Movimento estudantil

- Repasse das organizações

-O que fazer?

- Avaliação do EIV

- Encerramento

ORGANIZAÇÃO:
ABEEF (Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal)
CASR (Centro Acadêmico Sílvio Romero) (Direito - UFS)
Centro Acadêmico de Física - UFS
Coletivo Geografia na Luta
ENEBio (Entidade Nacional do Estudantes de Biologia)
ENECOS (Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social)
ENESSO (Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social)
FEAB (Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil)
FEMEH (Federação do Movimento Estudantil de História)
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)

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